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quarta-feira, 5 de maio de 2010

6 – O que passou passou, não adianta lamentar...

Lele havia se alterado e não acreditou em minha palavra. Foi embora e não quis mais falar comigo porque achou que eu estava inventando tudo aquilo.
Duda e bruh acreditaram, pois depois de saberem que Rodrigo, um garoto tão bom e que sempre foi certinho, ter feito o que fez, qualquer garoto poderia fazer o mesmo!
Ficamos conversando até umas seis da tarde, quando elas precisaram ir embora.
Entrei pra dentro (óbvio não da pra entrar pra fora ¬¬) e fiquei sentada no sofá olhando pro chão onde minha avó havia caído, e tentando imaginar o que teria acontecido pra ela ter falecido.
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Adormeci no sofá, e acordei toda dolorida por ter dormido de qualquer jeito.
Olhei ao redor, pensei ter sido um imenso pesadelo, saí gritando pela minha avó, mais a casa estava mais silenciosa do que um cemitério.
Percebi então que não era um pesadelo, era tudo muito real.
Fui até o telefone, tentei ligar pra minha mãe mais caia sempre na caixa de mensagem, eu deixei tentas mensagens que ela iria ter um ataque quando ouvisse.
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Fui pesquisar nas coisas da minha vó, os recibos e papeladas da casa, pois eu não iria ficar morando ali, nem tinha condições de pagar o aluguel daquela casa.
Acabei por achar um testamento da minha avó, onde dizia que eu seria a herdeira de metade de sua herança caso ela morresse antes de mim, e outra metade seria de minha mãe.
Liguei para o bando e fiquei horas no telefone falando sobre os papeis de minha avó, até que me disseram que ela tinha uma poupança acumulada de mais de cinqüenta mil reais guardados. Nunca foram tocados.
Eu não acreditava no que acabara de ouvir, cinqüenta mil?! Ou seja, vinte cinco mil pra mim e vinte cinco para minha mãe!!! E ela não atendia nunca o telefone!!!
Já eram dez e meia da manhã, fui fazer o almoço e ainda tinha que ligar pra família do meu pai avisando o falecimento e o horário do enterro.
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Almocei um resto de comida que estava embalado na geladeira, seria a ultima comida que minha vó havia preparado. Estava muito boa.
Depois liguei pra vó Flaviana e avisei-a, avisei também o Tio Fred e a Tia Vick.
Liguei pras meninas perguntando se elas iriam ao enterro comigo, e só Lele que não atendeu o telefone.
Encontramos-nos mais tarde no cemitério, todos estavam de preto, a vó Flaviana não foi mais o tio Fred e a tia Vick fizeram questão de ir.
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-Tia Vick! – falei abraçando-a – Que saudade.
-Querida Aly, você esta tão moça! Esta linda! Eu sinto muito pela Nena. – falou ela me abraçando.
Depois tio Fred também me abraçou e me deu os pêsames, e então seguimos em direção ao velório.
O caixão permaneceu fechado, com um vidrinho em cima para que quisesse vê-la pela ultima vez. Eu não ousei chegar lá perto, estava chorando tanto que mal parava em pé.
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-Ela era minha segunda mãe! – dizia eu enquanto Duda e Bruh tentavam me acalmar – Isso não poderia estar acontecendo!!! Se eu não tivesse ido pra faculdade, ela poderia estar vida, e Rodrigo também!!!! – pranteava eu.
Levaram-me pra fora para respirar. Quando eu olho a frente, vejo meu pai.
-Filha... podemos conversar? – falou ele aproximando.
-Ei, tem alguma filha deste homem aqui? - falei ironicamente enquanto chorava.
-Aly por favor eu... – interrompi-o com a mão na fuça dizendo – Não! Não dirija a palavra a mim! Melhor, o que você ta fazendo aqui? Não tem nenhuma reunião da câmara pra ir? Saí de perto de mim! – gritei.
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-Aly ainda sou seu pai! – falou sério.
-Não você não é! Não mais! Ou não se lembra quando rejeitou-me porque pensava que eu daria trabalho ao senhor e atrapalharia sua campanha?! Se veio falar com Fred ele esta lá dentro, comigo você não tem mais nada dizer! – falei bem brava.
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-Aly eu sei que está magoada comigo, mais me perdoe, eu não sabia o que estava falando... – dizia todo choramingo.
-Por acaso você perdeu as eleições? Não conseguiu virar prefeito? Porque até antes você vivia pelo seu cargo agora diz que não sabia o que falava? POUPE-ME DO SEU BLÁ BLÁ BLÁ! – dito isso, dei as costas a ele.
Ele me puxou pelo braço dizendo – Você não fale assim comigo Aline!
Duda deu-lhe um empurrão e disse – Saia de perto da minha amiga se não quiser arranjar briga velhote!
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Todos olharam, Fred aproximou-se e disse - O que esta acontecendo aqui? Eduardo o que pensa que está fazendo aqui? Suma homem! Ninguém quer tua compania! – dito isto, Eduardo ficou furioso e saiu numa fuga estratégica portão a fora do cemitério.
-Nem no velório de minha avó ele me deixa em paz! – falei chorando. (já já ela seca de tanto chorar!)
Depois de todo esse furdunço, os homens carregaram o caixão até sua cova. Na verdade não era cova, era como se fosse uma capelinha, utilizei o dinheiro do testamento para dar-lhe um enterro digno.
A capela onde ficou enterrada era linda! Toda de vidro maciço pra nenhum imbecil tentar quebrar com uma pedra, e dentro havia retratos dela e flores. Tudo bem colorido como ela gostava.
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-Adeus vó... – falei olhando para a capela. Então todos foram deixando o cemitério aos poucos e logo ele ficou vazio.
Voltei pra casa, ainda muito triste, e fui pro computador.
Estava a preparar uma venda de todos os móveis da casa e depois vender a casa. Havia feito todos os preparativos, consegui vender tudo via internet e amanhã estariam a passar para levar a mercadoria.
-Nossa o cãozinho!!! – lembrei-me que havia deixado ela trancada no quarto.
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Corri com um prato de comida e ele estava lá brincando de correr atrás do próprio rabo.
-Pelo menos alguém está feliz aqui – falei rindo das brincadeiras da pequena.
Eu o olhava, e não sabia que nome dar a ela.
“Hmmm que nome eu vou te dar...” – pensava eu – Ahh já sei! Vai se chamar Manu! Em homenagem a Manuela claro, isso é parfait!
Nisto, acabei adormecendo ao lado de Manu.
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Na manhã seguinte acordei com Manu lambendo minha mão hehehe.
-Vixe, que horas são? – Olhei pro relógio da sala, e batia meio dia.
O caminhão de imóveis deve chegar a qualquer momento!
Ô boca santa! Foi eu dizer isso, o caminhão parou lá fora! Os homens chegaram e em instantes fizeram uma varredura e tanto na casa!
Era um tal de homens entram, móveis saem, homens entram e móveis saem... Até que a casa ficou com somente um entulho lá dentro... eu! (haha piadinha muito engraçada ¬¬)
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As únicas coisas que eu não vendi, foram os pratos que ela fazia de barro, que eu iria guardar comigo pra sempre.
Já havia olhado nos jornais sobre casas a venda, e consegui comprar uma. Preguei um bilhete na porta da casa escrito “Vende-se! Para mais informações, vá a rua tal, endereço tal”, peguei Manu, e fomos embora para a casa nova.
Nem precisei chamar um táxi, pois a casa nova era a três quarteirões dali.
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Chegando lá, nossa, era mais linda que na foto do jornal! Parecia a casinha que eu sempre quis ter! As janelinhas eram muito fofas!!! E uma cerca branquinha, com flores, e um quintal espaçoso. Bem grande!
-Veja Manu! Nossa casa! – falei colocando-a no chão quando já estávamos na sala.
Manu corria de um lado pro outro, serelepe, latia e pulava.
A sala era pequena, já a cozinha era um pouco maior, tinha dois banheiros, e dois quartos na parte superior da casa. Por sorte a casa já estava mobiliada, e eu só precisei comprar as coisinhas de cachorro e mais alguns utensílios básicos que na casa não tinha.
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A vizinhança parecia agradável, eu só tinha dois vizinhos, pois a minha casa era praticamente no centro da cidade, pois bastava alguns passos e já estava no começo do centro onde ficavam as primeiras lojas.
Depois de eu já estar instalada, liguei pra faculdade para trancar minha matricula, pra mim já estava muito bom de problemas pra ter que encarar mais na república, como a Linda por exemplo.
Logo em seguida liguei pra república, e por sorte o pessoal já havia chegado de viagem.
-Alô? Quem fala?
---É Susan, quem é?
-Susan, pode chamar o Bruno pra mim, diz que é a mãe dele. (Susan era uma das garotas da Linda, se eu falasse que era eu, era capaz de desligar na minha fuça).
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---Alô, mãe? – falou Bruno.
-Dãããã Bruno!!! Sou eu Aly!!!
---Caraca Aly?! Se ta bem? Meu Deus o que foi que aconteceu com você garota?!
-Eu estou bem sim, aconteceram muitas coisas, desculpa dizer isso mais, o Diego está?
--- ...
-Bruno, por favor, é importante...
---Claro, é importante! Ele está sim – dito isso deixou o telefone e eu ouvia ele gritando por Diego.

Quando Diego atendeu...
---Alô? Quem é?

-Bruno não disse que era eu?
---Eu quem?
-Aly poxa!!!
--- O.O Aly!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Gata, se... nossa! Meu, vixe Aline onde você ta? Me fala, ta tudo bem? Te fizeram algo? Por que se fizeram, nuuuuuss eu mato aqueles desgraçados!!!!
Photobucket-Calma Diego, calma... Ta tudo bem, eu já estou em casa. Respira. Eu liguei pra saber como você estava, fiquei com medo que tivessem te machucado aquele dia!
---E machucaram! Eu levei mais chutes que um saco de pancada... Mais já estou melhor. Mais e ai? Me fala, como que você ta, como foi parar ai?
-É uma longa história Diego, eu estou passando por um momento difícil agora...
---Difícil como? Vai compartilha, pode confiar em mim!
-É que, eu havia descoberto que meu namorado estava por trás daquele seqüestro...
---Que pilantra!!!! Se eu pego ele, encho de porrada!
-Não é necessário Diego... ele morreu ... e a minha avó também ... minha amiga não quer mais falar comigo e eu não vou voltar pra faculdade...
---O que? Como assim não vai voltar pra faculdade? Você não pode deixar tudo assim do nada!!!
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-Que parte do, “Minha vó e meu namorado morreram” você não entendeu?
---Poxa, desculpa é que... Eu não, eu não queria magoa-la eu só ... bem...
-Tudo bem, eu entendi ... Bom, é melhor que fique tudo esclarecido entre nós Diego.
---Tu-tudo esclarecido? Como assim tudo esclarecido você ta me deixando, é isso?
-Primeiro de tudo, nunca estivemos juntos, segundo, você se declarou não eu, terceiro, Linda nunca deixaria nós dois ficarmos juntos, Diego por favor me esqueça... É o melhor que você faz para todos.
Photobucket---Aline eu não acredito que ouvi isso! Eu não vou desistir de você me ouviu? Não vou!
-Passa o telefone pra jeh! Chama ela ai! – falei mudando de assunto.
---Não Aline, me escuta! Eu não vou te deixar!
-Chama ela ou eu desligo!
---Aline por favor me ouve, me perdoa, eu sei que fiz tudo errado, desculpa ter deixado aqueles caras te levarem, eu sou um idiota, me perdoa!!! Agora me ouve, volta pra mim aly, volta pra cá!
PhotobucketTu tu tu tu tu tu – desliguei... fui obrigada.... eu não conseguiria suportar ouvir aquela suplica.
Fui escorregando parede abaixo até que sentei no chão e comecei a chorar mais uma vez...
-Porque eu me abalo assim tão fácil? Porque eu deveria estar pensando no Diego quando deveria estar me lamentando e chorando frustrada pela perda de Rodrigo?! Porque Diego teve que aparecer na minha vida só pra deixar as coisas piores!?
Tantas perguntas... e nenhuma resposta... A vida é uma caixinha de surpresas, num dia você está tão feliz e de repente no outro, ela resolve te passar uma rasteira e fazer você dar um mortal de costas e se tiver sorte, quebrar a espinha...