-Aline, acorde... – dizia Márcia na beira da cama.
Abri os olhos, e já veio-me em mente “hora de ir pra casa!” e pulei rapidinho da cama!!!
-Aqui Aline, eu lavei seu vestido, não ficou muito bom mais eu fiz o que pude. – disse Márcia entregando-me o vestido.
-Oh Márcia, minha amiga! Está mais do que ótimo!!!! Não sei como agradecer!!! – falei abraçando-a.
-Agradeça vindo nos visitar de vez em quando^^. – falava ela escorrendo-lhe lágrimas de emoção – Venha vamos descer que Tony já está lá embaixo.
-Aaahh falando nisso, amiga, quero dar-te um conselho, não sei se vale de alguma coisa mais ouça – falei – Assuma seu amor com Tony, Manu irá entender. Não sofra em silêncio querida! A vida é uma só para termos dúvidas do que fazer. Faça e não tenha medo de errar! Pois os erros existem para aprendermos com eles!– falei sincera.
Ela suspirou profundamente e disse – Obrigada amiga! Eu irei guardar esse conselho para sempre! Irei contar para Manu com calma. Agora vamos, Tony tem horário para chegar em outros lugares. – falou sorrindo.
-Ok, vamos... – e descemos para a sala.
-É verdade! – falava Manu – Aline! Aline! Deixa eu te dar um beijo!!!
-Claro meu anjo!!! – corri abraça-la. Aquela criança era iluminada, um amor de menina, naquela situação tão ruim e ainda assim tão feliz.
-Aline, quero dar-te um presente!!!! – falava Manu correndo lá pra fora.
Então entrou novamente com um filhotinho de Tina nas mãos.
-Aqui olha, pra você! – falava mostrando o cãozinho – É uma menininha!
-Vou! Mais essa ai é a excluída dos filhotinhos, eles não brincam com ela! Acho que ela vai ficar mais feliz se ele for com você! – falou.
-Ahhh já que é assim, eu vou brincar com ela todo dia!!! – falei sorrindo.
Peguei o filhotinho e seguimos para fora.
Chegando lá, Tony falou – Aline, este é meu ajudante Giuliano.
Um rapaz muito autêntico, tinha uma elegância encantadora e um sorriso divino. Usava um terno muito fino e me encarava.
-Oh! Ola Giuliano – falei toda corada.
-Me chame de Giu, é para os íntimos... – disse com um ar de doçura.
-Muito bem, Giu ^^ - respondi sorrindo.
-Bom madames, hora de irmos! – disse Tony.
-Tio Tony – falou Manu – Você não vai dar um beijo na Má?
-O.o Um... um, ...... um beijo? – indagamos todos.
-Sim! Eu sei que vocês estão de namorico!!! Eu vi vocês dois ontem na sala! – exclamou.
-E você... deixaria eu namorar o Tony Manu? – perguntou Márcia.
-Mais é claro! Eu adoro o tio Tony!!! E além do mais ele me dá pirulitos!!! – nessa hora todos rimos.
Então Tony aproximou-se de Márcia, e deu-lhe o beijo mais delicado e romântico que eu já havia visto.
Pensei comigo “Viva!!! Mais um casal feliz!”
-Vamos Tony, temos que chegar em Santa Angel antes do anoitecer de amanhã. – falou Giu.
-Sim, sim, claro! Até logo minha amada! – disse Tony beijando a mão de Márcia. Ela ficou toda corada hehehe.
-Tchau lindas!!! Eu volto para vê-las em breve! Prometo! – gritei do vidro do carro.
Até que uma hora Tony olhou para trás e disse – E você Aline, como veio para tão longe de casa?
Então contei a ele a história toda. Viajamos muito, Giu e eu conversávamos bastante quando Tony adormecia e Giu pegava o volante.
As horas iam passando, anoitecia, amanhecia, e eu dormindo no banco de trás do carro. Até que ouvi Giu dizer – Veja, chegamos!
Levantei-me e olhei para a imagem mais linda do mundo! A imagem da minha cidadezinha! “Muito obrigada meu pai!” pensava eu.
Andamos por mais alguns minutos, eu ia indicando minha casa até que finalmente chegamos.
-De forma alguma! Por favor, entre! Quero oferecer-lhe um café, deve estar cansado de tanto dirigir.
E assim caminhamos até a casa, eu não via a hora de abraçar minha vó novamente.
Mais o destino nos prega peças, e essa custou a vida de minha vó!
Pois chegamos dentro da casa e quando adentramos a sala, vejo a pior cena que poderia um dia ocorrer em minha mente.
-Vó! – gritei correndo ao seu encontro – Não Vó! O que houve aqui? – gritava eu em pânico.
-Ai caramba Tony!!! – saiu Giu em busca do amigo.
Deixei o pequeno filhotinho trancado em meu quarto e voltei correndo pra sala.
-Não vó, não... – chorava eu perante seu corpo – Vó, acorda vó... por favor vó não é hora de brincar!
Eu sabia que ela estava morta... Seu corpo estava gelado e sua pele já não tinha tom de vida, deveria estar ali há uns dias...
Tony e Giu entraram correndo e eu ali chorando desesperada, em pânico, totalmente fora de mim...
-Aline venha cá – Giu abraçou-me e disse ao meu ouvido – Agora você terá de ser forte! Respire fundo Aline, precisamos de você sã para nos ajudar agora.
Aquelas palavras não sei como, mais me acalmaram. Tomei o telefone, liguei pra funerária, liguei para minhas amigas, e depois corri lá pra fora, consternada.
-Ela era tão boa.... – falava eu chorando – A melhor avó do mundo! Meu Deus como pode fazer isso comigo.... – exclamava eu aos prantos. Eu estava prostrada. Não sabia o que fazer. Minha vida estava de fato arrematada – Não posso ficar aqui, não vou agüentar! – dizia eu enquanto ambos apenas ouviam minhas lamentações.
Logo minhas amigas chegaram... Estavam lindas! Era tudo que eu precisava para me sentir um pouco melhor.
Quando ambas apareceram na esquina da casa, o espanto foi maior!
-Esta sim! – falei esperando que elas me reconhecessem. Eu sabia que elas nem imaginavam que era eu.
-Onde? Precisamos falar com ela, é urgente! – dizia Lele sem sacar que era eu.
-Espera um pouquinho ai! – falou Bruna aproximando-se de mim – Aly? É você?
-Claro né!!!! – exclamei.
-Oh meu Deus amiga o que aconteceu com você!!!! – falou Bruna enquanto me abraçava.
-Ai amiga você nem vai acreditar!!!! –falei chorando em seu ombro.
-Estes são Tony e Giu, eles me trouxeram pra casa. Aliás, se vocês precisarem ir eu vou entender, agradeço imenso por terem ficado aqui comigo mesmo tendo horário pra viajar. – falei.
As meninas deram um oi de leve enquanto Giu chegou para Tony e sussurrou algo sobre ficar aqui. Tony fez sinal negativo com a cabeça e depois chegou próximo a mim e disse – Querida Aline, realmente estamos um tanto atrasados, precisamos ir, ficará mesmo bem?
-Sim ficarei, muito obrigada do fundo do coração! Vocês são pessoas maravilhosas! Obrigada mesmo!!! – exclamei abraçando-o.
Giu chegou até mim e disse dando-me outro abraço – Aline, infelizmente não posso ficar contigo para dar-te força, mais prometo retornar aqui para ver como você esta.
-Agradeço imenso pela sua boa vontade Giu, você é um anjo! – falei.
-Então, conlicença madames, mais temos que ir. – falou Tony retirando-se para o carro e Giu indo junto, falou – até breve Aline! – e então entraram no carro e seguiram viagem.
-Vocês querem entrar? – perguntei – A funerária ainda não chegou, esse serviço idiota que demora um século pra aparecer!
-Não Aly, se eu ver sua avó é capaz de eu desmaiar! – falou Lele.
-Então esperem aqui, vou pegar umas cadeiras. – fui pra dentro, peguei as cadeiras da cozinha e coloquei-as lá fora.
-Então me contem como vocês estão? – perguntei puxando assunto.
-Eu estou bem... – falou Duda – estou solteira, trabalhando numa lojinha de 1,99 no centrão, chama-se “Loja Deldoloro”,(deldoloro significa o que? Deu dor no loro? O.o Na arara? Dã ¬¬”) e estou morando sozinha.
-E você e Chris Bruh? – perguntei.
-Não estamos nada bem... – falou triste – Chris está trabalhando num lava carros e tem uma burguesinha dando em cima dele! Ele pensa que eu não sei mais eu vi ele pegando o telefone dela!!!!
-Nossa amiga, eu sinto muito... – falei abatida.
-Já eu, estou muito bem! Marcelo tem andado estranho ultimamente! Ele some do nada, e depois aparece com um presente caro pra mim! É estranho, mais quando eu pergunto de onde ele tira dinheiro ele acaba mudando de assunto e sempre me enrola! – falava Lele.
-Pois Lele eu sei de onde ele arranja dinheiro! – exclamei.
-Sabe? Como? Você estava fora da cidade! – exclamou Lele.
-Bom, pois se eu te contar você não vaia creditar! Tudo começou, quando fomos viajar pra uma pousada, eu e a turma da faculdade, porque a facul tava em greve, e tinha acontecido o maior rolo!
Nisso as pessoas da funerária chegam, e eu as deixo lá para mostrar onde estava o corpo e dar alguns dados necessários.
Eles levam o corpo da minha avó, e disseram que o enterro seria amanhã as três da tarde.
Depois que foram embora, eu voltei lá fora para terminar de contar.
-Então gente... Fomos viajar, o lugar era lindo! Só pessoas ricas alugavam aquela casa...
E contei sobre Diego, sobre o rolo na república, as brigas, falei de Bruno, falei das amigas que fiz lá, falei de tudo.
-Então, estávamos Diego e eu na parte da frente da pousada conversando, quando fomos surpreendidos por três homens vestido de preto. Um deles me deu um chute e eu caí, bati a cabeça no chão e desmaiei. Depois disso só me recordo ter acordado num lugar terrível, tipo um cativeiro!
-Nossa amiga! Que horror!!! Você podia escrever um livro!!! – falou Lele.
-Pois é, não é a primeira pessoa que me diz isso... Então, continuando, eu estava pra ser cortada se minha família não acreditasse no pedido de resgate dos ladrões, até que um homem chegou dizendo ser o chefe da organização, e sabe quem era? Era o Rodrigo!!!! – falei alto.
-O.O O Rodrigo? O seu Rodrigo? – perguntou Bruh muito espantada.
-Amiga, a história ta muito interessante mais não sei o que isso tem a ver com o Marcelo! – falou Lele.
-Vai me deixar continuar? – perguntei.
-A claro, continua! – reclamou ela.
-Bom, daí, eu descobri que ela o Rodrigo o cabeça da organização, e depois quando ele me viu, ele me ajudou a fugir de noite, mais eu gritei e descobriram a gente, daí um cara atirou nele, e ele morreu nos meus braços, foi horrível!!!!! –falei chorando.
Todas se espantaram na hora que eu disse que ele havia morrido.
-Só que antes de morrer, ele me disse que o Marcelo também fazia parte da organização, estava tentando sair mais não conseguia porque sempre tinha uma dívida!!!! – exclamei em bom tom pra Lele escutar.
-Isso é mentira Aly!!!! – gritou Lele se alterando – Marcelo nunca faria uma coisa dessas! Não é porque a sua vida ta toda ferrada que você tem que jogar a bola pra outra pessoa se ferrar também! – Dito isso, ela deu as costas e foi embora irritadíssima.