Diego e eu estávamos de pé conversando.
Diego olhava-me com um rostinho tão meigo, e eu não conseguia olhar pra ele, estava com vergonha depois de tudo que havia o chamado. (tenho nojo de você! Você é repugnante! Inseto asqueroso, pervertido, lembra? Rs).
-Aly... Primeiro de tudo, queria pedir desculpas por falar aquilo de você. Aquelas coisas, saíram, não que seja da boca pra fora, mais num momento errado e com as palavras erradas me entende.
Eu o apreciava mover os lábios para falar, enquanto ouvia-o falar...
O clima estava calmo, até que enquanto conversávamos, notei que nos locomovíamos, como uma dança clássica bem lenta.
-Eu não quis dizer que te pegava fácil, quis dizer que você me pegou fácil, porque, é difícil dizer isso mais, eu não sei o que houve comigo! Quando esbarrei em você na primeira vez que te vi, me encantei! Não sabia o que fazer, o que dizer, então eu me confundia, e com a Linda no caminho, ficava ainda pior tentar explicar o inexplicável...
Olhei pra ele e disse – o que seria inexplicável Diego?
-O inexplicável é que eu te amo! E tentar entender de onde veio esse amor que sinto isso é inexplicável!
Ual! Que choque!!!!Eu ouvi bem, ele disse as palavrinhas mágicas? “Eu te amo”? Foi isso mesmo?
-Er... ual... estou.... sem palavras... Eu não esperava ouvir isso de você... – respondi quase gaguejando.
-A é, porque? – perguntou surpreso.
-Ah sei lá, achei que você só quisesse, desculpe falar mais, só se aproveitar de mim, você tinha uma namorada linda, uma vida boa, eu só entrei de bicão no meio disso tudo, se eu não tivesse aparecido você ainda estaria com ela... – respondi sem jeito.
-É ai que está a razão... Você apareceu! E me fez ver que tudo que eu vivia com a Linda, é pura falsidade, ela não me amava só estava comigo porque eu sou “popular” e meu pai tem muita grana.
-Mais um motivo pra eu odiar ela... interesseira.... – falei rindo.
-É, mais não vamos falar nela agora e estragar o clima não é? – falou ele.
-Mas... Diego... eu tenho namorado... – falei quebrando o momento romântico.
-Eu sei disso... é outro problema pra mim porque senão tivesse, eu não seria obrigado a fazer uma coisa... – falou.
-A fazer o que? – perguntei ingênua.
-Isso! – e me deu outro beijo!!!!
Dessa vez eu não tentei resistir, alguma cosia naquele lugar me fazia apreciar cada segundo e isso incluía os segundos nos lábios de Diego... Eu não consegui parar, tinha algo dentro de mim que me impulsionava a continuar beijando-o, mesmo sabendo que era errado.
Lá estávamos, Diego e eu nos beijando loucamente como se o mundo fosse acabar... Nem notamos uma presença perniciosa.
A festa bombando, som alto, todos no terraço menos Diego e eu, que estavamos conversando lá fora.
Estavamos tão no mundo da lua que não percebemos a presença de três homens estranhos vestidos de preto.
-Ah meu Deus!!!! – gritei.
POW! Levei uma paulada na cabeça e desmaiei.
-Seus desgraçados!!!! – gritou Diego tentando defender-me, mais por fim foi dominado por dois dos homens que deram-lhe socos na cara e depois jogaram-no ao chão e chutaram-lhe o estomago, deixando-o incapaz de segui-los.
-Tem certeza cara? – disse o outro.
-Cara pega qualquer uma!!! As minas daqui são todas cheias da grana, qualquer uma serve pra pedir resgata sacou mané? – respondeu rudemente o outro me pegando pela cintura.
Passaram-se horas para eu despertar daquilo que parecia ter sido um pesadelo.
Porém não era! Eu estava em cativeiro!
Num lugar assombroso. Terrível!
Algo parecido com uma cabana abandonada. Tinha uns trapos pendurados nas janelas, algumas cadeirinhas de madeira corroída e uma mesa mais que empoeirada. Teias de aranha, ratos, baratas, tudo tão nojento e asqueroso quanto um esgoto!
-O que aconteceu... – murmurei baixinho com a mão levada a testa.
-Meu Deus onde estou? – perguntava as paredes.
Olhei para um lado, um dos homens estava sentado numa cadeira, outro encostado na parede e mais outro jogando cartas.
-Veja! A mina acordou! – falou o que estava encostado na parede.
-Ela é gostosinha até hein cara! Falou o outro sentado na cadeira me olhando com ar de pervertido.
-É mais ninguém toca nela! – disse o das cartas – Senão o chefe nos mata! Ela tem que estar inteirinha pra quando forem pagar o resgate!
-É, mais dar uns tapas na cara pra dizer que ela sofreu seria bom hein! – falou o de pé.
-Talvez, mais só quando estivermos para libertá-la! Enquanto isso, ninguém sequer abre a jaula! – disse o das cartas direto e reto.
Meu Deus! Eles estavam achando que eu era rica!!! Mais porque?? O que fiz pra merecer isso?
Olhei para o dar cartas que estava próximo a grade e disse – O que vão fazer comigo? Porque me trouxeram aqui?
Ele respondeu coçando as partes intimas (coisa bem nojenta) – Ai gatinha, num se faz de besta não ta ligada!? Seu papai riquinho vai encher o nosso bolso! É um trabalho honesto hahahahahaha.
Que homem repulsivo! Aquele ambiente pavoroso me causava pânico! Despenquei em lágrimas e ajoelhei-me suplicando por piedade!!!!
-Cala boca! Ou arranco sua língua e envio a teus parentes como prova de que não estamos com brincadeiras!!!!
Levei a mão a boca com medo, calei-me na hora! Soluçava baixinho, eu não sabia do que aqueles homens eram capazes.
Um tempo passou, eu ali desesperada, por fora calma por dentro quase enfartando...
Eu me encolhi toda no canto da parede, de costas para todos, aqueles safados não paravam de me olhar como se quisessem me possuir feito cães.
-E como foi a nossa captura?! – disse uma voz vindo do caminho que dava a entrada da casa.
- O.O Chefe?! Achamos que o senhor chegaria só amanhã! – falou espantado o das cartas.
-Está ali chefe, como o senhor mandou! – apontou o que estava na parede.
Eu estava me escondendo o mais que podia, com medo de que me fizessem algo horrível.
-Ei você, vire-se! – falou o homem próximo a grade.
Eu estava com medo, de olhar pra ele, de falar com ele, acabei por não obedecer.
Eu permaneci em silêncio, não sei por que mais aquela voz me era reconhecível, só não estava aderindo à voz a pessoa.
-Me dê a chave! – falou irritado – Vou ver esse rostinho nem que tenha que amarra-la ao tronco!
Ele abriu a jaula rude e violentamente, pegou-me pelo braço e puxou-me para cima fazendo meu rosto ficar frente ao dele.