Parte 2 – É natal, é natal, vamos sentar no .... Chão! xD

Fui pro quarto... E estava a trocar de roupa...

Ouvi uns passos na escada... Pensei “será que ele já esta indo dormir?”

Volto-me pro guarda-roupa e continuo retirando a roupa.

Então, sabe aqueles filmes de terror, quando o sujeito principal olha pra frente e vê tudo limpo, então quando ele se vira, a câmera vira junto ele dá de cara com um monstro enorme coladinho a ele?

Foi o que me aconteceu!!!! Só que não era um monstro de botar terror, era Giu!

Ele estava atrás de mim, vendo-me trocar de roupa!!!

-Giu! – exclamei surpresa, e num golpe certeiro ele me pega pelos braços e me dá um beijo muito profundo! Profundo porque, eu senti naquele beijo, desejo, amor, amizade, excitação e fogo!!!!

Ele me olha nos olhos parando de beijar-me e diz – Eu avisei para não dizer que eu poderia fazer o que quisesse – e sorrindo, me pega no colo e me joga na cama com voracidade e ardor!

Beijávamo-nos tão intensamente, o calor subia-me e dominava-me como uma leoa sedenta por carne fresca!

Ele arrancava minhas roupas intimas de uma maneira tão voraz, e mordia meu corpo e meus lábios tão incrivelmente entusiasmado, enquanto eu desabotoava os botões da sua calça com rapidez como se quisesse logo que ele me possuísse totalmente!

E naquele momento casual e sem compromisso algum, fizemos o amor mais selvagem que eu já havia imaginado um dia fazer!!!!!

Na manhã seguinte, acordamos abraçadinhos sobre as cobertas, eu me sentia tão feliz e segura, da mesma maneira que me sentia quando estava com Rodrigo e Diego, só que era algo ainda mais forte.

Eu estava abraçada a ele, quando ele despertou.

Já me olhou sorrindo e disse – bom dia flor do dia! – e sorriu.

-Hohoho bom dia pra você também ^^” – falei sem jeito.

-Aly, sobre o que fizemos... eu, bem... – ele ficava tentando explicar como se quisesse pedir desculpas ou estava pensando que eu não teria gostado e teria me levado pelo momento...

-Giu... esta tudo bem^^ Foi algo incrível! Eu gostei! Sério ^^ - falei sorrindo.

-Mesmo? – perguntou espantado.

-Sim! Agora deixa-me levantar porque vou preparar algo, estou faminta! – falei.

-Aaaaahh não senhorita! Deixa eu levantar, pois a madame fica deitadinha e eu faço o café^^. – falou levantando-se.

-Nossa as boas maneiras e o cavalheirismo ainda não morreram!!! Será que Elvis Presley ainda caminha por ai? – falei brincando.

-Hahah, muito engraçadinha você, mais pode ficar ai que eu faço o café! – e saiu andando, detalhe, ele saiu nu! Nuzinho da silva!

“Meu Deus que noite!” – pensava eu deitada na cama, nua, sentindo-me livre, feroz e audaciosa... Sensação incrível que a muito eu não sentia, na verdade, não me lembro ter me sentindo assim, Rodrigo fazia-me sentir segura, mais não a ponto de me sentir livre e louca para fazer maluquices, talvez seja porque éramos “crianças” e não tínhamos muita imaginação rs. Mas eu tento não pensar muito nele, eu o amava tanto, não é bom ficar recordando algo tão doloroso, eu queria mesmo era curtir aquele momento, o agora, o que estava ocorrendo comigo naquele instante, e era algo muito bom.

Então ouço Giu gritar lá debaixo – Aly você não tem aquelas mesinhas de levar café na cama não é?

Eu gritei – Pensa que sou rica pra ter essas frescurinhas de comer na cama??? Hahaha Desculpe entrou na vida errada, a Aly rica só nasce da próxima reencarnação! – falei rindo.

-Você acordou piadista hoje hein! Dessa já, vai levar umas palmadas na bunda!!! – (Obs: A troca de carinho deles era incrível não é?!)

-Hahaha se quiser vai ter que vir aqui!!! – gritava eu rindo.

-Ah é?! – falou ele, e veio correndo subindo as escadas.

Deu um salto na cama e me agarrou, começou a fazer cócegas e quase me matou de rir, depois começamos a nos beijar novamente, e foi ficando tão bom que acabamos por fazer amor mais uma vez!!!!

Depois de estarmos quase mortos de canseira, eu murmurei – Agora sim estou faminta!!!

-Vamos... (pausa pra respirar rs) ...Vamos descer pra comer^^ - falava ele com a cara mais cansada e sexy que eu já vi. xD (cansada e sexy, essa é boa!)

-É... vamos... – falei exausta.

Ele colocou uma roupa quentinha e desceu, enquanto eu colocava meu agasalho, depois desci atrás dele até a cozinha, e enquanto ele estava arrumando os pratos com comida eu ficava apreciando aquele corpo esbelto, aqueles músculos, tão lindo e tão jovial, e logo ele trouxe um prato pra mim e outro pra ele.

-Ual! O que é isso? – perguntei curiosa, eu nem sabia que tinha aqueles ingredientes na minha geladeira rs.

-Isto é uma pequena receita secreta que meu pai tinha! – falou todo pomposo – É uma massa especial, cheia de fibras e proteínas, pra te deixar forte e com a pele ainda mais linda e corada hehehe.

(é impressão minha ou ele ta fazendo propaganda de produto pra pele? xD)

-Nossa! Se tem tudo isso numa simples massinha, quero que venha cozinhar pra mim todo dia!!! – falei brincando.

-Seria mais do que um prazer vir aqui todos os dias! – falou sorrindo.

Fiquei sem jeito depois daquela resposta, parecia que tudo que falávamos indicava sempre uma indireta romântica.

Terminamos de comer, e eu me surpreendi recebendo um convite inesperado de Giu.

-Aly, o que acha de darmos um passeio pelo centro?

-Um passeio? Em plena véspera de natal? – perguntei.

-Sim porque não? Afinal, seria bonito ver a cidade enfeitada. A muito eu não passeio por essa cidade sem ser a trabalho.

-Bom, então tudo bem!  – respondi empolgada.

Ele era um verdadeiro cavalheiro! Era educado, e tinha um senso de humor altamente elevado, o que me divertia muito! Além de ser lindo!

(Cá entre nós meninas, sempre dizemos que beleza não importa, mais você beijaria um cara educado, forte e rico, que fosse vesgo e tivesse furúnculos explodindo no pescoço?Eu acho que não! xD)

Começamos a caminhar lado a lado, em meio as pessoas, passeamos por entre as lojas, olhamos vitrines, e ele até comprou algumas coisinhas!

Depois, passamos por uma pracinha e ele resolveu sentar-se. É claro eu sentei juntinho a ele.

-Eu havia esquecido-me de como esta cidade é linda... – falava ele.

-Faz tanto tempo que você não vem pra cá?

-Bem... Eu já morei aqui... – falou.

-Sério? E como eu nunca o vi por aqui? Bom, apesar de que essa cidade é bem grande.

-Eu morei aqui por três anos, depois conheci Tony, ele queria abrir uma empresa de carros e eu achava na época que ele só queria me enrolar. Acabei concordando e estamos no negócio até hoje!

-Poxa vida que legal! É tão bom quando encontramos pessoas de coração bom... como eu encontrei você... – falei sem jeito.

-Aaaahh então você acha que eu sou um homem de coração bom? – perguntou sorrindo.

-Acho sim! Se não for, eu tenho que confessar que você é um ótimo ator! – brinquei.

-Bom, eu é que estou lisonjeado em ter encontrado uma moça tão gentil, simpática e acolhedora! – Assim eu ficava ainda mais vermelha!!! Acabei por mudar de assunto rapidinho.

-Nossa, olha, já está entardecendo deve ser umas seis e meia! Vamos entrar que eu quero cozinhar!!!! – falei animadinha.

-Huumm cozinhar? É assim que vai querer me matar então? – brincou.

-Há há há ¬¬ Muito engraçado! Vem logo seu bobinho, vamos ^^ - falei rindo muito.

Fomos pra minha casa, e enquanto eu estava na cozinha, ele ficava assistindo TV.

Eu estava a preparar um apetitoso peru de natal!!! Uma maravilha!!!!! O cheirinho já percorria a casa toda, e acho que até a vizinhança! Pois eu estava na cozinha e alguém bateu na porta da frente.

Giu foi atender, e era a nossa vizinha da casa de cima.

-Quem é? – gritei da cozinha.

-É sua vizinha! – gritou Giu.

-A peça para ela entrar já estou indo!

Ela entrou e ambos sentaram no sofá. Logo uns 6 minutinhos eu saí da cozinha rapidinho e fui vê-la.

-Ola querida!!! – falei sorridente.

-Ola vizinha!!! – disse ela.

-Prazer sou Aline! Mais pode me chamar de Aly.

-Eu sou Annea, o prazer é todo meu, mais podem me chamar de Anny ^^.

-Anny^^. Então, o que deseja querida? – perguntei.

-Ah claro, hehehe, eu queria perguntar se vocês não gostariam de vir passar o natal em casa, eu estou....sozinha e pensei em chamar meus vizinhos... hehe. – falava toda sem jeito.

-Então querida Anny, que tal você vir passar o natal aqui? Eu já fiz alguns apetitosos pratos e como só tem eu e meu convidado, acho que cabe mais uma amiga na mesa! – respondi.

-Óhhh mais que bom!!! Claro que eu aceito! Eu ainda nem cozinhei nada =/ Vou vir de mãos abanando então? – falou envergonhada.

-Ora imagine! Traga a si própria e já é um presente enorme! – falei.

-Ótimo! Obrigada vizinha, eu vou pra casa tomar um banho e me arrumar e volto mais a noitinha. Até loguinhoo!! – e saiu de casa.

-Ual que figura! – disse Giu rindo – Ela é um tanto animada não?

-Aham! – olhei-o com ar sedutor e fui aproximando-me – Mais nem pense em olhar pra ela seu danadinho porque se não eu vou me enciumar – brinquei passando a mão pelo seu peito.

-Hehehe, não se preocupe minha bela dama! Só tenho olhos pra você! – e então nos beijamos loucamente, até que eu lembrei do peru e saí gritando – Aiii caraca o forno!!!! – E ele ficou rindo de mim correndo pra cozinha!

Realmente, quando pensamos que nossa vida está acabada, sem rumo nem conserto, sempre aparece alguém que nos tira da fossa e nos reanima novamente! E esse alguém era Giu, que estava fazendo dos meus dias tristes, os melhores possíveis!

Capitulo 5 – Qual é o valor da vida...

A vida não estava sendo fácil comigo! Se fosse pra eu ver de um certo ângulo, minha vida fora uma baita merda! Rejeitada pelo pai, tivera a mãe praticamente arrancada e banida para o outro lado do mundo por um longo ano, perdi a avó e o namorado, perdi a amiga por falar a verdade, perdi dois anos de faculdade de jornalismo, perdi a carreira de jornalista, perdi a face antiga por culpa de ladrões idiotas e ganhei uma bela peruca loira cacheada. (ahhh! Mais a peruca ficou até legal!)
É isso então senhoras e senhores! Aline Constance Pierrie dos Santos havia finalmente sido derrotada! Joguei a toalha, ergui a bandeira branca, pedi clemência, supliquei abatidamente para que a morte me levasse o quanto antes! Já que a vida estava a ser tão, tão, TÃO BOA COMIGO!

Depois deste momento emo, de dar a cara a tapa pro vento tatuar “otária” na minha testa, precisei ligar novamente pra república, pois eu precisava que alguém enviasse meus pertences pra cá.
E quem atendeu graças ao além, foi Jeh.

-Jeh, amiga, faça-me um favor?
---Claro Aly, o que manda?
-Pode colocar meus pertences, minhas tralhas, quadros, fotos, principalmente as de Rodrigo, o urso gigante, tudo, e enviar pra mim pra rua Alberto Aistin n° 12?
---Claro Aly, poxa, é uma pena você perder o próximo ano, mais eu não me imagino passando pela barra que você está, eu gostaria de ir visitar-te mais a greve acabou e os professores melhoraram e vamos voltar as aulas depois de amanhã.
-Tudo bem querida, agradeço por tudo e, por favor, diga ao Bruno que sinto saudades, ele é um amigo maravilhoso, cuida dele pra mim ta?
---Pode deixar amiga! Tenho que ir, beijos!
-Beijos! – desligou.

Então eu me isolei... Isolei do mundo, de tudo e de todos... Já havia três semanas que eu não dava sinal de vida.
Não atendia aos telefones de ninguém, não saia na rua (só saí pra receber a encomenda que Jeh havia mandado da república), fazia compras via telefone, eu estava desolada, angustiada, abatida, transtornada, afugentada, desiludida, praticamente morta!
De repente, me deu um surto momentâneo e eu fui olhar no calendário pra ver que dia era hoje.

- Dia 23 de Dezembro... O.O 23 de Dezembro???? Mais já? Caraca! Daqui dois dias já é natal, não acredito!!!!
Coloquei comida pra Manu, e saí correndo fazer compras, o natal estava chegando e essa data importante não poderia passar em branco! De jeito algum!
Chegando no centro, havia muitas lojas, mais eu sabia qual loja era parfait pra comprar o que eu precisava.
“Loja Del... loja Del...” – pensava eu tentando lembrar o nome da bendita loja em que Duda trabalhava.

“Deunoloro.... não, Deltoronto! ...Não também não... mais eu sei que tinha algo a ver com loro ¬¬” – pensava até que finalmente bati os olhos numa placa dizendo ‘Loja DELDOLORO’.
-Eu sabia que tinha algo a ver com loro! – falei rindo pra mim mesma rs.
Quando entrei, Duda estava lá, quando ela me viu, abriu um sorriso enorme e veio a meu encontro abraçar-me.
-Aly! Finalmente saiu da toca! – falou sorrindo e me abraçando.

-Pois é, eu já estava pensando que eu era um abajur! – falei brincando.
-E então, veio comprar alguma coisa? Ou veio só ver sua amiga linda do coração? – (convencida... nunca vai mudar essa danada!)
-Ver você? Eu hein, nem morta! Eu quero é gastar! – falei rindo.
-Nhé nhé nhé engraçadinha xD. O que você procura? – falou rindo da minha piadinha besta. (não é pra menos minhas piadas são sempre bestas!)
-Eu quero coisas de natal! Árvore, bolinhas, laços, meias, apetrechos e balangandãs!
-Nossa, não prefere levar a loja então? – brincou.
-Não, não prefiro só metade dela! – riamos feito bobas e todo mundo achava que éramos idiotas (achavam? Eu tenho certeza hahaha)

Escolhi carinhosamente as coisas, uma árvore já toda enfeitada, algumas meias e laços para pendurar na parede entre outras bugigangas.
-Obrigada querida, ah, eu, bom... Não sei se você já tem compromisso mais, caso não tenha, gostaria que viesse passar o natal em casa, eu vou estar sozinha e.... ah... é um convite de coração amiga ^^. – falei.
-Poxa Aly, eu tentei te ligar mais você não atendia =/ Todos vão passar o natal na casa da Lele. E como vocês duas estão brigadas eu, realmente, não sei o que dizer ... – falou.
Eu expressei uma reação de desanimo, mais de minha parte, já que a culpa foi minha por não atender o telefone né ¬¬.
-Tudo bem Duda, bom, então eu vou indo ^^. Até mais ^^ - falei sorrindo e me retirando da loja.

Uma coisa que eu havia notado, enquanto caminhava lentamente, olhando as lojas e pessoas passando por mim, é que, minhas amigas e eu já não estávamos tão unidas como antigamente, quando uma sumia por um dia e todas já estavam na porta de casa loucas e desesperadas para saber o que havia ocorrido...
Eu havia sumido por três semanas, e ninguém veio até minha casa para saber o que houve, e o endereço estava na porta da casa de minha avó...
Eu sei que, agora elas tem responsabilidades, estão morando sozinhas, tem seus problemas e suas vidas, mais visitar os amigos de vez em quando não faz mal e nem custa muito do tempo de cada um... Eu poderia ter entrado em depressão e tido um enfarto e ninguém saberia...
Duda mesmo, que trabalha a alguns passos de casa, nunca foi visitar-me, nem saber como era a casa nova, e nem ver o filhotinho que eu tinha ganhado, mesmo amando cães.

Era mais do que óbvio, estávamos nos distanciando cada segundo mais...
Quando estava chegando em casa, vi que tinha alguém sentado em frente meu portão.
“Quem será?” - pensei...

Fui chegando com algumas sacolas e reconhecendo o homem que estava lá, era Giuliano!
-Giu?! – exclamei surpresa – Você por aqui!
-Pois é Aline^^. Eu disse que voltaria pra ver como você esta!
-Pode me chamar de Aly^^ - falei sorrindo.
-Como quiser Aly ^^.
-Quer entrar? – perguntei.

-Opa! Quero sim, estou com uma sede^~ - sorriu.
-Bom, pois então seja bem vindo! – falei – Só não repare na bagunça ^^.
-Deixe-me ajudar com as sacolas. – falou pegando uma de minhas sacolas e levando pra dentro. (uuu medo sacolas invisiveis '0')
Chegando lá dentro, ele colocou as sacolas de lado e sentou no sofá.
-Ai ai estou atrasada, o natal está chegando e eu preciso montar a minha árvore!! - falei.
-Óra eu te ajudo! Onde ela esta? – perguntou.
-Esta na sacola que eu trouxe, desmontaram ela pra caber na sacola kkkk. – falei rindo.
-Hehehe, pois deviam ter me chamado, eu teria carregado até aqui^^. (realmente ele é bem forte, mais precisa ficar se gabando?^^”)
-Então, vamos lá montar.

E enfeitamos as paredes, e Giu se ofereceu para fazer uns biscoitos!!
Acabamos já era de tarde, estávamos exaustos de tanto levanta, agacha, sobe em banquinho, desce...
Sentamos nas cadeiras da cozinha, cansados, então eu tive uma idéia legal.
-Giu, o que vai fazer no natal? – perguntei.
-Ammmmmm nada... Provavelmente irei ficar estirado na cama o dia todo esperando minha empregada me trazer um presente de grego, e depois dormir de novo.... – falou rindo.
-Por que você... não passa o natal... aqui? – falei engasgando, sem jeito e vermelha... – Você poderia chamar Tony se quiser!

-Tony vai ficar com Márcia e Manu. Eles já até montaram árvore e tudo hehehe. – falou – Mais eu aceito vir pra cá! Seria uma honra ter o meu primeiro natal ao lado de alguém tão... Especial.
-Que bom!!! Ah, falando nisso, como você me achou? – perguntei mudando de assunto.
-O bilhete na porta da sua antiga casa^^ - riu.
-Oh! É verdade! Hehehe eu sou tão desligada! – falei rindo de mim mesma – bem, que bom que você vai passar o natal aqui, é minha única compania... – falei um pouco triste.
-Você não me parece muito feliz, o que houve?
-Eu briguei com uma grande amiga, e todas as minhas amigas vão pra casa dela, e como ela não esta querendo ver minha cara nem pintada de ouro, eu não poderia aparecer lá. Resumindo, estou só! – falei fazendo-me de vítima.

-Sinto tanta pena! – brincou ele – Agora não esta mais só! Tem a mim para sua felicidade!!! – riu.
-Hahaha é claro! É claro! Ah, outra coisa, onde você vai ficar essa noite? Porque, que eu saiba, se você for pra Issolar hoje, vai chegar lá no natal! – perguntei.
-Pois é Aly! Não tinha pensado nisso, na verdade eu vinha só visita-la e já voltaria mais agora que me convidou, eu não faço idéia de onde vou passar a noite! – respondeu confuso.
-Bom, se eu o convidei e por minha causa não sabe onde vai ficar, fique aqui de uma vez! – falei sorridente. Eu não estava com segundas intenções a ele, só queria uma compania, pois estava me sentindo muito só.

-Esta a falar sério? Deixaria eu dormir na sua casa? – exclamou.
-Sim ora! Se estou a convidar é porque deixo ^^. – respondi.
-então, como eu iria recusar tal proposta tão incrível? Claro que aceito!
-Tem um quartinho, é pequeno, mais acho que você e seus músculos cabem nele – brinquei.
-Hehehe acho que sim^^. Faremos uma forçinha! – brincou. (há há há! músculos, fazer forçinha ... sacaram? Rsrsrs)
-Ótimo! Hehehe, então, bem, temos um problema, eu não tenho... roupas para você, estão em falta no mercado roupas GG – falei tentando ser engraçada.
-Ahá! É ai que se engana moçinha! Por uma grande, enorme, imensa coincidência eu tenho uma mala em meu carro! É para casos de urgência hehehe, nunca se sabe o que encontramos na estrada! – falou brincando.

Então ele trouxe a mala e depois ficamos na sala conversando até anoitecer... depois eu preparei uma janta especial, fiz uma salada muito caprichada! Com aquele físico eu é que não iria entupir ele de gordura e óleo! (fala a verdade Aly, você não quer ver ele perder aquele corpinho de Deus grego vai kkk)
-Bem, estou um tanto cansada, vou me deitar, sinta-se em casa ta, pode fazer o que quiser, se quiser assistir TV, ouvir música, fuçar na geladeira, manda ver a casa é sua^~ (porque não aproveitou e falou “se quiser subir no meu quarto, dormir comigo, me beijar, também sou sua” kkkk [Obs: Minha offa quer ver a coisa pegar fogo!!!]).
-Ah tudo bem Aly^^ Não diga que posso fazer o que quiser que posso entender mal! – brincou.
-hehehe... Entenda como quiser! ^.~ - falei entrando na brincadeira.
-Tem certeza? – falou com uma carinha maliciosa.
-Absoluta! Então ... boa noite... – falei com voz sedutora.

6 – O que passou passou, não adianta lamentar...

Lele havia se alterado e não acreditou em minha palavra. Foi embora e não quis mais falar comigo porque achou que eu estava inventando tudo aquilo.
Duda e bruh acreditaram, pois depois de saberem que Rodrigo, um garoto tão bom e que sempre foi certinho, ter feito o que fez, qualquer garoto poderia fazer o mesmo!
Ficamos conversando até umas seis da tarde, quando elas precisaram ir embora.
Entrei pra dentro (óbvio não da pra entrar pra fora ¬¬) e fiquei sentada no sofá olhando pro chão onde minha avó havia caído, e tentando imaginar o que teria acontecido pra ela ter falecido.

Adormeci no sofá, e acordei toda dolorida por ter dormido de qualquer jeito.
Olhei ao redor, pensei ter sido um imenso pesadelo, saí gritando pela minha avó, mais a casa estava mais silenciosa do que um cemitério.
Percebi então que não era um pesadelo, era tudo muito real.
Fui até o telefone, tentei ligar pra minha mãe mais caia sempre na caixa de mensagem, eu deixei tentas mensagens que ela iria ter um ataque quando ouvisse.

Fui pesquisar nas coisas da minha vó, os recibos e papeladas da casa, pois eu não iria ficar morando ali, nem tinha condições de pagar o aluguel daquela casa.
Acabei por achar um testamento da minha avó, onde dizia que eu seria a herdeira de metade de sua herança caso ela morresse antes de mim, e outra metade seria de minha mãe.
Liguei para o bando e fiquei horas no telefone falando sobre os papeis de minha avó, até que me disseram que ela tinha uma poupança acumulada de mais de cinqüenta mil reais guardados. Nunca foram tocados.
Eu não acreditava no que acabara de ouvir, cinqüenta mil?! Ou seja, vinte cinco mil pra mim e vinte cinco para minha mãe!!! E ela não atendia nunca o telefone!!!
Já eram dez e meia da manhã, fui fazer o almoço e ainda tinha que ligar pra família do meu pai avisando o falecimento e o horário do enterro.

Almocei um resto de comida que estava embalado na geladeira, seria a ultima comida que minha vó havia preparado. Estava muito boa.
Depois liguei pra vó Flaviana e avisei-a, avisei também o Tio Fred e a Tia Vick.
Liguei pras meninas perguntando se elas iriam ao enterro comigo, e só Lele que não atendeu o telefone.
Encontramos-nos mais tarde no cemitério, todos estavam de preto, a vó Flaviana não foi mais o tio Fred e a tia Vick fizeram questão de ir.

-Tia Vick! – falei abraçando-a – Que saudade.

-Querida Aly, você esta tão moça! Esta linda! Eu sinto muito pela Nena. – falou ela me abraçando.
Depois tio Fred também me abraçou e me deu os pêsames, e então seguimos em direção ao velório.
O caixão permaneceu fechado, com um vidrinho em cima para que quisesse vê-la pela ultima vez. Eu não ousei chegar lá perto, estava chorando tanto que mal parava em pé.

-Ela era minha segunda mãe! – dizia eu enquanto Duda e Bruh tentavam me acalmar – Isso não poderia estar acontecendo!!! Se eu não tivesse ido pra faculdade, ela poderia estar vida, e Rodrigo também!!!! – pranteava eu.
Levaram-me pra fora para respirar. Quando eu olho a frente, vejo meu pai.
-Filha... podemos conversar? – falou ele aproximando.
-Ei, tem alguma filha deste homem aqui? - falei ironicamente enquanto chorava.
-Aly por favor eu... – interrompi-o com a mão na fuça dizendo – Não! Não dirija a palavra a mim! Melhor, o que você ta fazendo aqui? Não tem nenhuma reunião da câmara pra ir? Saí de perto de mim! – gritei.

-Aly ainda sou seu pai! – falou sério.
-Não você não é! Não mais! Ou não se lembra quando rejeitou-me porque pensava que eu daria trabalho ao senhor e atrapalharia sua campanha?! Se veio falar com Fred ele esta lá dentro, comigo você não tem mais nada dizer! – falei bem brava.

-Aly eu sei que está magoada comigo, mais me perdoe, eu não sabia o que estava falando... – dizia todo choramingo.
-Por acaso você perdeu as eleições? Não conseguiu virar prefeito? Porque até antes você vivia pelo seu cargo agora diz que não sabia o que falava? POUPE-ME DO SEU BLÁ BLÁ BLÁ! – dito isso, dei as costas a ele.
Ele me puxou pelo braço dizendo – Você não fale assim comigo Aline!
Duda deu-lhe um empurrão e disse – Saia de perto da minha amiga se não quiser arranjar briga velhote!

Todos olharam, Fred aproximou-se e disse - O que esta acontecendo aqui? Eduardo o que pensa que está fazendo aqui? Suma homem! Ninguém quer tua compania! – dito isto, Eduardo ficou furioso e saiu numa fuga estratégica portão a fora do cemitério.
-Nem no velório de minha avó ele me deixa em paz! – falei chorando. (já já ela seca de tanto chorar!)
Depois de todo esse furdunço, os homens carregaram o caixão até sua cova. Na verdade não era cova, era como se fosse uma capelinha, utilizei o dinheiro do testamento para dar-lhe um enterro digno.
A capela onde ficou enterrada era linda! Toda de vidro maciço pra nenhum imbecil tentar quebrar com uma pedra, e dentro havia retratos dela e flores. Tudo bem colorido como ela gostava.

-Adeus vó... – falei olhando para a capela. Então todos foram deixando o cemitério aos poucos e logo ele ficou vazio.
Voltei pra casa, ainda muito triste, e fui pro computador.
Estava a preparar uma venda de todos os móveis da casa e depois vender a casa. Havia feito todos os preparativos, consegui vender tudo via internet e amanhã estariam a passar para levar a mercadoria.
-Nossa o cãozinho!!! – lembrei-me que havia deixado ela trancada no quarto.

Corri com um prato de comida e ele estava lá brincando de correr atrás do próprio rabo.
-Pelo menos alguém está feliz aqui – falei rindo das brincadeiras da pequena.
Eu o olhava, e não sabia que nome dar a ela.
“Hmmm que nome eu vou te dar...” – pensava eu – Ahh já sei! Vai se chamar Manu! Em homenagem a Manuela claro, isso é parfait!
Nisto, acabei adormecendo ao lado de Manu.

Na manhã seguinte acordei com Manu lambendo minha mão hehehe.
-Vixe, que horas são? – Olhei pro relógio da sala, e batia meio dia.
O caminhão de imóveis deve chegar a qualquer momento!
Ô boca santa! Foi eu dizer isso, o caminhão parou lá fora! Os homens chegaram e em instantes fizeram uma varredura e tanto na casa!
Era um tal de homens entram, móveis saem, homens entram e móveis saem... Até que a casa ficou com somente um entulho lá dentro... eu! (haha piadinha muito engraçada ¬¬)

As únicas coisas que eu não vendi, foram os pratos que ela fazia de barro, que eu iria guardar comigo pra sempre.
Já havia olhado nos jornais sobre casas a venda, e consegui comprar uma. Preguei um bilhete na porta da casa escrito “Vende-se! Para mais informações, vá a rua tal, endereço tal”, peguei Manu, e fomos embora para a casa nova.
Nem precisei chamar um táxi, pois a casa nova era a três quarteirões dali.

Chegando lá, nossa, era mais linda que na foto do jornal! Parecia a casinha que eu sempre quis ter! As janelinhas eram muito fofas!!! E uma cerca branquinha, com flores, e um quintal espaçoso. Bem grande!
-Veja Manu! Nossa casa! – falei colocando-a no chão quando já estávamos na sala.
Manu corria de um lado pro outro, serelepe, latia e pulava.
A sala era pequena, já a cozinha era um pouco maior, tinha dois banheiros, e dois quartos na parte superior da casa. Por sorte a casa já estava mobiliada, e eu só precisei comprar as coisinhas de cachorro e mais alguns utensílios básicos que na casa não tinha.

A vizinhança parecia agradável, eu só tinha dois vizinhos, pois a minha casa era praticamente no centro da cidade, pois bastava alguns passos e já estava no começo do centro onde ficavam as primeiras lojas.
Depois de eu já estar instalada, liguei pra faculdade para trancar minha matricula, pra mim já estava muito bom de problemas pra ter que encarar mais na república, como a Linda por exemplo.
Logo em seguida liguei pra república, e por sorte o pessoal já havia chegado de viagem.
-Alô? Quem fala?
---É Susan, quem é?
-Susan, pode chamar o Bruno pra mim, diz que é a mãe dele. (Susan era uma das garotas da Linda, se eu falasse que era eu, era capaz de desligar na minha fuça).

---Alô, mãe? – falou Bruno.
-Dãããã Bruno!!! Sou eu Aly!!!
---Caraca Aly?! Se ta bem? Meu Deus o que foi que aconteceu com você garota?!
-Eu estou bem sim, aconteceram muitas coisas, desculpa dizer isso mais, o Diego está?
--- ...
-Bruno, por favor, é importante...
---Claro, é importante! Ele está sim – dito isso deixou o telefone e eu ouvia ele gritando por Diego.

Quando Diego atendeu...
---Alô? Quem é?

-Bruno não disse que era eu?

---Eu quem?
-Aly poxa!!!
--- O.O Aly!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Gata, se... nossa! Meu, vixe Aline onde você ta? Me fala, ta tudo bem? Te fizeram algo? Por que se fizeram, nuuuuuss eu mato aqueles desgraçados!!!!

-Calma Diego, calma... Ta tudo bem, eu já estou em casa. Respira. Eu liguei pra saber como você estava, fiquei com medo que tivessem te machucado aquele dia!

---E machucaram! Eu levei mais chutes que um saco de pancada... Mais já estou melhor. Mais e ai? Me fala, como que você ta, como foi parar ai?

-É uma longa história Diego, eu estou passando por um momento difícil agora...

---Difícil como? Vai compartilha, pode confiar em mim!

-É que, eu havia descoberto que meu namorado estava por trás daquele seqüestro...

---Que pilantra!!!! Se eu pego ele, encho de porrada!

-Não é necessário Diego... ele morreu ... e a minha avó também ... minha amiga não quer mais falar comigo e eu não vou voltar pra faculdade...

---O que? Como assim não vai voltar pra faculdade? Você não pode deixar tudo assim do nada!!!

-Que parte do, “Minha vó e meu namorado morreram” você não entendeu?

---Poxa, desculpa é que... Eu não, eu não queria magoa-la eu só ... bem...

-Tudo bem, eu entendi ... Bom, é melhor que fique tudo esclarecido entre nós Diego.

---Tu-tudo esclarecido? Como assim tudo esclarecido você ta me deixando, é isso?

-Primeiro de tudo, nunca estivemos juntos, segundo, você se declarou não eu, terceiro, Linda nunca deixaria nós dois ficarmos juntos, Diego por favor me esqueça... É o melhor que você faz para todos.

---Aline eu não acredito que ouvi isso! Eu não vou desistir de você me ouviu? Não vou!

-Passa o telefone pra jeh! Chama ela ai! – falei mudando de assunto.

---Não Aline, me escuta! Eu não vou te deixar!

-Chama ela ou eu desligo!

---Aline por favor me ouve, me perdoa, eu sei que fiz tudo errado, desculpa ter deixado aqueles caras te levarem, eu sou um idiota, me perdoa!!! Agora me ouve, volta pra mim aly, volta pra cá!

Tu tu tu tu tu tu – desliguei... fui obrigada.... eu não conseguiria suportar ouvir aquela suplica.

Fui escorregando parede abaixo até que sentei no chão e comecei a chorar mais uma vez...

-Porque eu me abalo assim tão fácil? Porque eu deveria estar pensando no Diego quando deveria estar me lamentando e chorando frustrada pela perda de Rodrigo?! Porque Diego teve que aparecer na minha vida só pra deixar as coisas piores!?
Tantas perguntas... e nenhuma resposta... A vida é uma caixinha de surpresas, num dia você está tão feliz e de repente no outro, ela resolve te passar uma rasteira e fazer você dar um mortal de costas e se tiver sorte, quebrar a espinha...

Parte 5 – Entre encontros e despedidas...

 

-Aline, acorde... – dizia Márcia na beira da cama.

Abri os olhos, e já veio-me em mente “hora de ir pra casa!” e pulei rapidinho da cama!!!

-Aqui Aline, eu lavei seu vestido, não ficou muito bom mais eu fiz o que pude. – disse Márcia entregando-me o vestido.

-Oh Márcia, minha amiga! Está mais do que ótimo!!!! Não sei como agradecer!!! – falei abraçando-a.

-Agradeça vindo nos visitar de vez em quando^^. – falava ela escorrendo-lhe lágrimas de emoção – Venha vamos descer que Tony já está lá embaixo.

-Aaahh falando nisso, amiga, quero dar-te um conselho, não sei se vale de alguma coisa mais ouça – falei – Assuma seu amor com Tony, Manu irá entender. Não sofra em silêncio querida! A vida é uma só para termos dúvidas do que fazer. Faça e não tenha medo de errar! Pois os erros existem para aprendermos com eles!– falei sincera.

Ela suspirou profundamente e disse – Obrigada amiga! Eu irei guardar esse conselho para sempre! Irei contar para Manu com calma. Agora vamos, Tony tem horário para chegar em outros lugares. – falou sorrindo.

-Ok, vamos... – e descemos para a sala.

-Veja só Manu que belas damas descendo as escadas! – disse Tony.

-É verdade! – falava Manu – Aline! Aline! Deixa eu te dar um beijo!!!

-Claro meu anjo!!! – corri abraça-la. Aquela criança era iluminada, um amor de menina, naquela situação tão ruim e ainda assim tão feliz.

-Aline, quero dar-te um presente!!!! – falava Manu correndo lá pra fora.

Então entrou novamente com um filhotinho de Tina nas mãos.

-Aqui olha, pra você! – falava mostrando o cãozinho – É uma menininha!

-Poxa, sério Manu? Você não vai sentir saudade dela? – perguntei.

-Vou! Mais essa ai é a excluída dos filhotinhos, eles não brincam com ela! Acho que ela vai ficar mais feliz se ele for com você! – falou.

-Ahhh já que é assim, eu vou brincar com ela todo dia!!! – falei sorrindo.

Peguei o filhotinho e seguimos para fora.

Chegando lá, Tony falou – Aline, este é meu ajudante Giuliano.

Um rapaz muito autêntico, tinha uma elegância encantadora e um sorriso divino. Usava um terno muito fino e me encarava.

-Ola senhorita – falou beijando minha mão.

-Oh! Ola Giuliano – falei toda corada.

-Me chame de Giu, é para os íntimos... – disse com um ar de doçura.

-Muito bem, Giu ^^ - respondi sorrindo.

 -Bom madames, hora de irmos! – disse Tony.

-Tio Tony – falou Manu – Você não vai dar um beijo na Má?

-O.o Um... um, ...... um beijo? – indagamos todos.

-Sim! Eu sei que vocês estão de namorico!!! Eu vi vocês dois ontem na sala! – exclamou.

-E você... deixaria eu namorar o Tony Manu? – perguntou Márcia.

-Mais é claro! Eu adoro o tio Tony!!! E além do mais ele me dá pirulitos!!! – nessa hora todos rimos.

Então Tony aproximou-se de Márcia, e deu-lhe o beijo mais delicado e romântico que eu já havia visto.

Pensei comigo “Viva!!! Mais um casal feliz!”

-Vamos Tony, temos que chegar em Santa Angel antes do anoitecer de amanhã. – falou Giu.

-Sim, sim, claro! Até logo minha amada! – disse Tony beijando a mão de Márcia. Ela ficou toda corada hehehe.

-Tchau lindas!!! Eu volto para vê-las em breve! Prometo! – gritei do vidro do carro.

E lá fomos nós seguindo estrada adentro, Giu e Tony conversavam bastante e eu apenas ouvia.

Até que uma hora Tony olhou para trás e disse – E você Aline, como veio para tão longe de casa?

Então contei a ele a história toda. Viajamos muito, Giu e eu conversávamos bastante quando Tony adormecia e Giu pegava o volante.

As horas iam passando, anoitecia, amanhecia, e eu dormindo no banco de trás do carro. Até que ouvi Giu dizer – Veja, chegamos!

Levantei-me e olhei para a imagem mais linda do mundo! A imagem da minha cidadezinha! “Muito obrigada meu pai!” pensava eu.

Andamos por mais alguns minutos, eu ia indicando minha casa até que finalmente chegamos.

-Tony está dormindo, importa-se de eu acompanha-la até sua casa? – disse Giu.

-De forma alguma! Por favor, entre! Quero oferecer-lhe um café, deve estar cansado de tanto dirigir.

E assim caminhamos até a casa, eu não via a hora de abraçar minha vó novamente.

Mais o destino nos prega peças, e essa custou a vida de minha vó!

Pois chegamos dentro da casa e quando adentramos a sala, vejo a pior cena que poderia um dia ocorrer em minha mente.

Minha vó, estirada ao chão, pálida, com o telefone pendurado no gancho.

-Vó! – gritei correndo ao seu encontro – Não Vó! O que houve aqui? – gritava eu em pânico.

-Ai caramba Tony!!! – saiu Giu em busca do amigo.

Deixei o pequeno filhotinho trancado em meu quarto e voltei correndo pra sala.

-Não vó, não... – chorava eu perante seu corpo – Vó, acorda vó... por favor vó não é hora de brincar!

Eu sabia que ela estava morta... Seu corpo estava gelado e sua pele já não tinha tom de vida, deveria estar ali há uns dias...

Tony e Giu entraram correndo e eu ali chorando desesperada, em pânico, totalmente fora de mim...

-Aline, pare Aline, não há mais o que fazer! – dizia Tony tentando me acalmar mais só piorava.

-Aline venha cá – Giu abraçou-me e disse ao meu ouvido – Agora você terá de ser forte! Respire fundo Aline, precisamos de você sã para nos ajudar agora.

Aquelas palavras não sei como, mais me acalmaram. Tomei o telefone, liguei pra funerária, liguei para minhas amigas, e depois corri lá pra fora, consternada.

-Ela era tão boa.... – falava eu chorando – A melhor avó do mundo! Meu Deus como pode fazer isso comigo.... – exclamava eu aos prantos. Eu estava prostrada. Não sabia o que fazer. Minha vida estava de fato arrematada – Não posso ficar aqui, não vou agüentar! – dizia eu enquanto ambos apenas ouviam minhas lamentações.

Logo minhas amigas chegaram... Estavam lindas! Era tudo que eu precisava para me sentir um pouco melhor.

Quando ambas apareceram na esquina da casa, o espanto foi maior!

-Moça, Aline esta? – perguntou Letícia.

-Esta sim! – falei esperando que elas me reconhecessem. Eu sabia que elas nem imaginavam que era eu.

-Onde? Precisamos falar com ela, é urgente! – dizia Lele sem sacar que era eu.

-Espera um pouquinho ai! – falou Bruna aproximando-se de mim – Aly? É você?

-Claro né!!!! – exclamei.

-Oh meu Deus amiga o que aconteceu com você!!!! – falou Bruna enquanto me abraçava.

-Ai amiga você nem vai acreditar!!!! –falei chorando em seu ombro.

Depois todas vieram e demos um abraço grupal.

-Estes são Tony e Giu, eles me trouxeram pra casa. Aliás, se vocês precisarem ir eu vou entender, agradeço imenso por terem ficado aqui comigo mesmo tendo horário pra viajar. – falei.

As meninas deram um oi de leve enquanto Giu chegou para Tony e sussurrou algo sobre ficar aqui. Tony fez sinal negativo com a cabeça e depois chegou próximo a mim e disse – Querida Aline, realmente estamos um tanto atrasados, precisamos ir, ficará mesmo bem?

-Sim ficarei, muito obrigada do fundo do coração! Vocês são pessoas maravilhosas! Obrigada mesmo!!! – exclamei abraçando-o.

Giu chegou até mim e disse dando-me outro abraço – Aline, infelizmente não posso ficar contigo para dar-te força, mais prometo retornar aqui para ver como você esta.

-Agradeço imenso pela sua boa vontade Giu, você é um anjo! – falei.

-Então, conlicença madames, mais temos que ir. – falou Tony retirando-se para o carro e Giu indo junto, falou – até breve Aline! – e então entraram no carro e seguiram viagem.

-Vocês querem entrar? – perguntei – A funerária ainda não chegou, esse serviço idiota que demora um século pra aparecer!

-Não Aly, se eu ver sua avó é capaz de eu desmaiar! – falou Lele.

-Então esperem aqui, vou pegar umas cadeiras. – fui pra dentro, peguei as cadeiras da cozinha e coloquei-as lá fora.

-Então me contem como vocês estão? – perguntei puxando assunto.

-Eu estou bem... – falou Duda – estou solteira, trabalhando numa lojinha de 1,99 no centrão, chama-se “Loja Deldoloro”,(deldoloro significa o que? Deu dor no loro? O.o Na arara? Dã ¬¬”) e estou morando sozinha.

-E você e Chris Bruh? – perguntei.

-Não estamos nada bem... – falou triste – Chris está trabalhando num lava carros e tem uma burguesinha dando em cima dele! Ele pensa que eu não sei mais eu vi ele pegando o telefone dela!!!!

-Nossa amiga, eu sinto muito... – falei abatida.

-Já eu, estou muito bem! Marcelo tem andado estranho ultimamente! Ele some do nada, e depois aparece com um presente caro pra mim! É estranho, mais quando eu pergunto de onde ele tira dinheiro ele acaba mudando de assunto e sempre me enrola! – falava Lele.

-Pois Lele eu sei de onde ele arranja dinheiro! – exclamei.

-Sabe? Como? Você estava fora da cidade! – exclamou Lele.

-Bom, pois se eu te contar você não vaia creditar! Tudo começou, quando fomos viajar pra uma pousada, eu e a turma da faculdade, porque a facul tava em greve, e tinha acontecido o maior rolo!

Nisso as pessoas da funerária chegam, e eu as deixo lá para mostrar onde estava o corpo e dar alguns dados necessários.

Eles levam o corpo da minha avó, e disseram que o enterro seria amanhã as três da tarde.

Depois que foram embora, eu voltei lá fora para terminar de contar.

-Então gente... Fomos viajar, o lugar era lindo! Só pessoas ricas alugavam aquela casa...

E contei sobre Diego, sobre o rolo na república, as brigas, falei de Bruno, falei das amigas que fiz lá, falei de tudo.

-Então, estávamos Diego e eu na parte da frente da pousada conversando, quando fomos surpreendidos por três homens vestido de preto. Um deles me deu um chute e eu caí, bati a cabeça no chão e desmaiei. Depois disso só me recordo ter acordado num lugar terrível, tipo um cativeiro!

-Nossa amiga! Que horror!!! Você podia escrever um livro!!! – falou Lele.

-Pois é, não é a primeira pessoa que me diz isso... Então, continuando, eu estava pra ser cortada se minha família não acreditasse no pedido de resgate dos ladrões, até que um homem chegou dizendo ser o chefe da organização, e sabe quem era? Era o Rodrigo!!!! – falei alto.

-O.O O Rodrigo? O seu Rodrigo? – perguntou Bruh muito espantada.

-Isso mesmo!!! – exclamei.

-Amiga, a história ta muito interessante mais não sei o que isso tem a ver com o Marcelo! – falou Lele.

-Vai me deixar continuar? – perguntei.

-A claro, continua! – reclamou ela.

-Bom, daí, eu descobri que ela o Rodrigo o cabeça da organização, e depois quando ele me viu, ele me ajudou a fugir de noite, mais eu gritei e descobriram a gente, daí um cara atirou nele, e ele morreu nos meus braços, foi horrível!!!!! –falei chorando.

Todas se espantaram na hora que eu disse que ele havia morrido.

-Só que antes de morrer, ele me disse que o Marcelo também fazia parte da organização, estava tentando sair mais não conseguia porque sempre tinha uma dívida!!!! – exclamei em bom tom pra Lele escutar.

-Isso é mentira Aly!!!! – gritou Lele se alterando – Marcelo nunca faria uma coisa dessas! Não é porque a sua vida ta toda ferrada que você tem que jogar a bola pra outra pessoa se ferrar também! – Dito isso, ela deu as costas e foi embora irritadíssima.